Se você está tão ansioso quanto a gente, tá na hora de desvendar melhor esse mistério. Antes de passar a palavra aos palestrantes, precisamos salientar algumas informações básicas para que você possa se agendar para estar conosco neste que é o primeiro evento onde todos os envolvidos falam português. Então, é o seguinte: o ‘Falando a mesma língua: Gestão de Projetos por um mundo melhor’ vai acontecer em 25 de setembro, das 14h às 17h30 – (Angola e Portugal) e das 10h às 13h30 (Brasil). O evento vale 3 PDus e disponibiliza certificado.

O encontro é promovido pelo PMIRSPMI Angola e PMI Portugal Toastmaster e será realizado online. O evento, gratuito para filiados e aberto ao público, mediante taxa de inscrição fixada em R$50, contará com três palestras. Em cada uma, haverá um representante de cada país envolvido na atividade.

Agora, vamos aos palestrantes! O que será que pensam sobre e para o evento? Vamos descobrir?

Alcides Cabral representará Angola com a palestra ‘Tchiwa Tchalua, Conviver para Vencer!’.



PMIPTTM – Por quais motivos é importante que eventos como este sejam promovidos?

Alcides Cabral –
  “Eventos como este devem ser promovidos porque são pontes, são conexões entre pessoas de países irmãos, com muitas similaridades que vão para além da língua. Culturas paralelas, simbioses que vão desde a dança, ritmos, hábitos e costumes.”

PMIPTTM – De que forma as falas dos outros convidados complementam a sua?

Alcides Cabral –
 “Eu sou um felizardo, um privilegiado, tenho a sorte de partilhar este espaço com dois dos meus maiores ídolos falantes da língua portuguesa. O tema em si, a multiculturalidade, inclusão, equipes, partes interessadas e pessoas é riquíssimo e permite uma exploração muito alargada. Tenho a mais plena certeza de que serão apresentados vários prismas, perspectivas sobre o tema e haverá uma complementação que vai agregar valor importante para o público.”

PMIPTTM – O que você acredita que os outros dois países podem aprender a partir da sua abordagem?

Alcides Cabral –
 “Espero aprender mais do que ensinar. A ideia é espelhar a realidade de Angola numa visão precisa e específica sobre aspectos de cultura, comportamentos, hábitos e costumes. Desde a escolha do tema ‘Tchiwa Tchalua, um som, uma dança’, procuro trazer a realidade do país Angola, desde os valores linguísticos e culturais. Angola tem várias línguas nacionais, vários povos, vários cruzamentos. Vou levar também alguma experiência da África como um todo, os pontos de convergência e divergência dos países da região (Congo, RDC, Zâmbia, Namíbia).”

PMIPTTM – O que você admira nos gerentes de projetos dos outros dois países?

Alcides Cabral –
 “Angola é um país pioneiro na Gestão de Projetos. Temos um longo caminho a percorrer e muito a aprender. O nível de maturidade em GP, de uma maneira geral, é muito baixo. Portanto, somos consumidores dos artigos, dos conteúdos e das publicações dos profissionais dos outros países, principalmente do Brasil. Admiro, particularmente, a forma como os brasileiros simplificam e descomplicam a profissão com exemplos práticos.”

PMIPTTM – As características dos gerentes de projetos são universais? Todos precisam das mesmas habilidades?

Alcides Cabral –
 “Existe uma base que é universal. Os princípios são universais. O respeito, a honestidade, a responsabilidade e o sentido de justiça também são. Por cima desta base têm aspectos ligados a cada pessoa e a cada contexto que são específicos. O centro da Gestão de Projetos, considero eu, são as pessoas. Se as pessoas são distintas, com origens, culturas, instruções e trabalham em organizações, com negócios, estratégias e objetivos diferentes, é natural que na Gestão de Projetos sejam exigidas habilidades diferentes, estilos de liderança e abordagens de comunicação diferentes.”

PMIPTTM – Como a diversidade e a cultura impactam no dia a dia dos gerentes de projetos?

Alcides Cabral
 – “Repito, o contexto conta. O centro da Gestão de Projetos são as pessoas. É preciso que o GP considere os aspectos culturais, comportamentais e o grau de instrução das pessoas à sua volta. Tenho a plena certeza que gerir projetos em Angola não é a mesma coisa que gerir em Portugal ou no Brasil. É necessário adaptar a forma de atuar tendo em conta o contexto, região e país.”

Mauro Sotille é o representante brasileiro e conduzirá a palestra ‘Promovendo a Equidade e a Inclusão no Ambiente de Projetos’.



PMIPTTM – Por quais motivos é importante que eventos como este sejam promovidos?

Mauro Sotille – “
O idioma é um fator de identidade cultural muito importante em uma sociedade. O português é falado por mais de 250 milhões de habitantes no mundo – no Brasil, em Portugal, na África e na Ásia. Além de fomentar a identidade cultural, o uso do idioma tem repercussão social, econômica e política. É importante então que busquemos eventos que valorizem a nossa língua materna. Refletirmos sobre este tema é, portanto, de extrema importância, haja vista que nosso idioma é o traço principal da união entre Brasil, Portugal e outros países falantes da Língua Portuguesa.”

PMIPTTM – De que forma as falas dos outros convidados complementam a sua?

Mauro Sotille –
 “A promoção da igualdade e o respeito pela diversidade na Gestão de Projetos ajuda a garantir que as pessoas sejam valorizadas e tenham o mesmo acesso a todas as oportunidades, quaisquer que sejam suas diferenças. A visão de pessoas que residem em três continentes diferentes é muito interessante para compreendermos como o Gerenciamento de Projetos pode evoluir de forma global para abraçar a diversidade e proporcionar igualdade, promovendo uma cultura de trabalho que valoriza o talento, além dos estereótipos. Além disso, ajuda as pessoas a alcançarem seu potencial, contribuindo com o seu melhor para além de qualquer preconceito.”

PMIPTTM – O que você acredita que os outros dois países podem aprender a partir da sua abordagem?

Mauro Sotille –
 “Equipes de projeto dispõem de local de trabalho inclusivo, têm melhor produtividade e eficiência. Desse modo, os membros das equipes de projetos devem estar abertos a novas ideias e opiniões, relacionar-se aberta e confortavelmente com diversos grupos de pessoas e reconhecer o valor que diferentes perspectivas e culturas trazem. Há algum tempo já se fala sobre diversidade. Porém, chegou o momento de dar o próximo salto e entender por que não podemos falar sobre diversidade sem falar sobre equidade e inclusão. Vamos ter a oportunidade de debater a diferença entre estes conceitos e conversar sobre as ações concretas que devemos tomar para promover a diversidade, a equidade e a inclusão no ambiente de projetos. Nessa troca, eu pretendo aprender muito e talvez influenciar os colegas com minhas experiências.”

PMIPTTM – O que você admira nos gerentes de projetos dos outros dois países?

Mauro Sotille – 
“O que eu mais admiro é a paixão e a vontade de planejar e implementar projetos de forma eficaz, independentemente de quaisquer limitações. Claro que temos de reconhecer que, à medida que aumenta o número de projetos e seus componentes se tornam mais complexos, cada região tem realidades diferentes. Por exemplo, a União Europeia, principalmente por meio do seu ramo executivo, a Comissão Europeia, financia milhares de programas e projetos todos os anos. Por outro lado, países menos desenvolvidos na América Latina e África ainda relatam sérios problemas para obter apoio na execução de projetos.”

PMIPTTM – As características dos gerentes de projetos são universais? Todos precisam das mesmas habilidades

Mauro Sotille – 
“Temos observado uma importante mudança na visão do papel do gerente de projetos: cada vez mais o vemos como um facilitador, um líder servidor, integrador, resolvendo problemas, e menos como um chefe ou técnico em áreas específicas, como planejamento de cronogramas, por exemplo. Mesmo assim, há competências que todos necessitamos dominar, como o planejamento eficaz, tomada de decisão, comunicações, envolvimento com a estratégia da organização e pensamento crítico.”

PMIPTTM – Como a diversidade e a cultura impactam no dia a dia dos gerentes de projetos?

Mauro Sotille –
 “Entender que cada indivíduo é único e reconhecer nossas diferenças individuais ao longo das dimensões de raça, etnia, gênero, orientação sexual, status socioeconômico, idade, habilidades físicas, crenças religiosas, crenças políticas ou outras ideologias fortalece nossas conexões uns com os outros e nos ajudam a melhorar o ambiente de trabalho e, consequentemente, o desempenho das equipes de projetos. Quando a diversidade está presente em nossa experiência diária, essas conexões mais profundas também podem ajudar a neutralizar as crescentes divisões sociais e as ameaças ao meio ambiente natural.”

Ricardo Vargas é o palestrante vinculado ao PMI Portugal Toastmaster. Sua explanação tem como título: ‘O impacto da multiculturalidade e da diversidade na gestão de projetos’



PMIPTTM – Por quais motivos é importante que eventos como este sejam promovidos?

Ricardo Vargas –
 “O primeiro ponto é o seguinte: a língua eu acho que é um fator preponderante, quando falamos em integração e em networking. Isso porque, um dos conceitos mais básicos que temos para, vamos dizer, criar e tirar barreiras. Então, acho que iniciativas como estas permitem que você tenha países que falam a língua portuguesa discutindo suas realidades, discutindo seus desafios, de uma forma e de uma linguagem única, sem necessariamente estar fugindo dos seus aspectos locais, seus aspectos culturais. Um evento como este é uma oportunidade ímpar de integração e de troca de experiência entre esses grupos.”

PMIPTTM – De que forma as falas dos outros convidados complementam a sua?

Ricardo Vargas –
 “Bem, quando falamos em Gerenciamento de Projetos para um mundo melhor, temos que entender que isso é um processo multidisciplinar. Então, quando você tem diferentes pessoas abordando diferentes temas, mas com o objetivo, a mente, a visão final de produzir um resultado sustentável para a sociedade como um todo, tudo que eu vou falar complementa e é complementado pela fala dos meus colegas. É um conceito que eu gosto muito de falar, que é o conceito da equipe. A equipe são as habilidades complementares com um objetivo comum. Então, acredito que cada um dos convidados vai estar falando, usando as suas habilidades, sua experiência profissional e de vida, com uma pergunta em mente: ‘como conseguimos transformar o Gerenciamento de Projetos em algo que produza uma sociedade melhor?.”

PMIPTTM – O que você acredita que os outros dois países podem aprender a partir da sua abordagem?

Ricardo Vargas –
 “Na verdade, eu acho que não são os outros países, mas todo mundo. Inclusive, quando eu dou uma palestra, faço uma conferência, estou aprendendo também. Não é só porque estou falando, às vezes na reação das pessoas, experiências das perguntas, é que está ali, vamos dizer, um grande lance, a grande sacada, a grande vantagem para mim, de estar participando de um evento como este, para o próprio crescimento. Então, você ter este tipo de percepção ajuda demais, ou seja, entender que não existe uma única forma de atuar. O fato é que eu vou aprender com a abordagem também, vou aprender com as perguntas, com a presença.”

PMIPTTM – O que você admira nos gerentes de projetos dos outros dois países?

Ricardo Vargas –
 “De outros, não vou falar especificamente dos dois países, mas de outros países, que existem diferentes formas de se abordar um determinado trabalho, de se abordar um determinado desafio, eu acho que isso é a mágica, o que me apaixona no Gerenciamento de Projetos.”

PMIPTTM -As características dos gerentes de projetos são universais? Todos precisam das mesmas habilidades

Ricardo Vargas –
 “Na verdade, todo o gerente de projetos tem um DNA de fazer as coisas acontecerem, um DNA de tentar o máximo possível produzir os resultados. É uma pessoa, vamos dizer, é um fazedor, um ‘doer’ que a gente fala. Agora, cada um está dentro de um contexto diferente e que não adianta você achar que, simplesmente, essas características vão resolver todos os seus problemas. Existe uma interface cultural, social e humana que é diferente de acordo com a região, a organização e a cultura. Então o que acontece, eu acho que existe sim, um núcleo de habilidades que são universais, relacionadas à entrega, relacionadas à própria natureza do que é o Gerenciamento de Projetos, e nessa todos precisam. Não necessariamente todos aplicam essas habilidades da mesma forma.”

PMIPTTM – Como a diversidade e a cultura impactam no dia a dia dos gerentes de projetos?

Ricardo Vargas 
– “É tudo. Existe um impacto enorme, a diversidade e cultura têm uma função fundamental se você quer fazer algo acontecer no seu projeto. Não adianta, eu já vi inúmeros gerentes de projetos competentes dentro de um contexto, mas que não souberam entender o outro contexto e falharam. Então, a diversidade e a cultura são, sem dúvida nenhuma, a habilidade do século vinte e um que nós precisamos ter. Não só para ser um gerente de projetos, mas para sermos membros de equipes de projetos e para cuidarmos da transformação.”

Quer saber mais sobre o evento? Confira a matéria “Vem aí: evento internacional em português. Acesse!

Serviço

Falando a mesma língua: Gestão de Projetos por um mundo melhor

Data:
 25 de Setembro
Horário: Das 14h às 17h30 – (Angola e Portugal) e 10h às 13h30 (Brasil).
PDUs: 3 PDus serão certificadas
Local: Online
Patrocínio:Logicalis Portugal

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