26 de abril de 2022

Foi no passado dia 26 de Abril de 2022 que se realizou o jogo inaugural da temporada.

O tão esperado derby PMI – LTC. As duas equipas fizeram um estágio intensivo de duas semanas em que se prepararam para o grande…debate

O objetivo era rematar na proposição escolhida (por votação das equipas):

‘Deve ser proibida a circulação de carros privados no centro de lisboa’.

A equipa do PMI tinha que rematar na baliza do sim,
a equipa do Lisbon tinha que rematar na baliza do não

Embora o grande debate se tenha realizado no campo do Lisbon, foi o Rui Domingos que nos proporcionou uma calorosa e animada receção.
O treinador Sebastião Barata deu início à sessão com o seu habitual jeito simpático e pragmático mas rapidamente passou os comandos ao árbitro do derby, o Nuno Ricardo que entusiasmado por ver o seu projeto ganhar vida de forma tão participada por debatentes de alto nível, mais parecia uma criança numa loja de doces enquanto explicava a estrutura do derby à audiência.

Pela votação inicial da audiência, ficamos a saber que os pontos iniciais eram 10 para o Sim e 11 para o Não. Ganharia a equipa que com os seus remates, conseguisse puxar mais pontos para o seu lado. O primeiro fiscal de linha Roberto Freitas teve a difícil tarefa de conduzir uma votação que em modo híbrido é complexa, mas que concluiu com sucesso.

O derby começou.

O nível de preparação e profissionalismo dos debatentes foi evidente desde o primeiro segundo.
O defesa da equipa do PMI – o João Louro – deu o pontapé de saída com um discurso que continha uma história pessoal bem forte e uma coleção de dados que nos deixou totalmente convencidos do Sim, pela defesa do ambiente.
Mas logo de seguida a Elisa Pacheco, a defesa da equipa do Lisbon, mal ganhou a palavra, refutou os remates do Sim dizendo que também estão de acordo com a defesa do ambiente, mas que há formas alternativas de conseguir os mesmos objetivos, sem os problemas que vêm da proibição. Foi uma defesa muito bem estruturada e com três remates muito certeiros e difíceis de defender.
Mas eis que a palavra chega ao central do PMI – o Jorge Nunes – que com dons de retórica bem apurados, nos tocou a todos com uma estratégia claramente emotiva e nos deixou quase a rebentar de desejo que toda a Lisboa fosse uma grande Praça do Comércio, com condições para passear tranquilamente, com turismo, cafés e qualidade de vida.
O central do Lisbon – o Hugo Maia – adotou uma estratégia muito sólida. Com um misto de emotividade – a viagem de Metro pela Cidade que não foi tão agradável como deveria ser – e racionalidade, rematou na mesma direção da sua defesa e fez-nos sentir o rol de problemas que a proibição causaria.

Chegados ao intervalo, o derby estava muito renhido.
Até os habituais comentadores de bancada estiveram muito bem. Foram feitos mais remates como o incentivo ao uso de bicicletas e o foco na educação da população. Mas pode-se dizer que os remates foram num sentido comum. Os comentadores querem melhor qualidade de vida, com mais alternativas aos carros, mas sem prescindir deles.

Na segunda parte do derby foi a vez dos atacantes tentarem os remates finais.
A Ana Nunes do PMI, com uma abordagem racional e estruturada, sumarizou bem os vários remates, concluindo que a proibição é a única forma de conquistar a tão desejada melhoria da qualidade de vida.
A Mécia Correia, protagonizou o ataque final do Lisbon, sumarizando os vários remates da sua equipa: os problemas inerentes à proibição e as formas alternativas de conseguir o objetivo comum.

O derby terminou com a votação final da audiência com 8 pontos para o Sim e 12 para o não, dando assim a vitória ao NÂO da equipa do Lisbon.

O comando da sessão passou de novo para o treinador Sebastião Barata que conduziu as intervenções dos comentadores televisivos e dos fiscais de linha.
O fiscal de muletas, João Paiva, fez o seu relatório direto e bem estruturado. Percebemos que alguns concorrentes cambaleam um pouco, por isso precisam do apoio do AAAHHHH.
A fiscal da gramática, Beatriz Correia, fez algumas correções bem certeiras, mas optou por salientar mais os pontos positivos com algumas palavras mais ‘caras’ que aprendeu durante o derby.
O fiscal do tempo, Luís Farias teve um relatório bastante simples porque os tempos de posse da palavra em geral foram muito respeitados, mas também graças à sua prestação muito eficaz a mostrar os cartões durante o derby.

As opiniões da comentadora Patrícia Malta Dias pela equipa do PMI, do comentador Andreas Galsterer pela equipa do Lisbon, da comentadora geral Sónia Silva e também as dos comentadores de bancada foram no mesmo sentido: há pontos de melhoria nos discursos que têm exigências diferentes dos que estamos habituados; há pontos de melhoria na arbitragem que pode ser mais isenta; há pontos de melhoria na condução das votações. Mas a opinião geral dos comentadores é que foi um derby de elevada qualidade, um formato novo, mais emotivo por ser competitivo e pode trazer novas competências aos participantes, por isso, um formato a repetir.

No fim do derby, notava-se claramente que o árbitro estava feliz por ter ao seu lado jogadores, fiscais e comentadores com um tão grande espírito de equipa, que se empenharam tanto para fazer um derby que, pode não ter esclarecido totalmente a proposição em debate, mas que certamente nos elucidou um pouco mais sobre o tema.

No fim todos saíram um pouco mais ricos e ansiando pelo próxima jogo!

Revisão de conteúdo, Patrícia Malta Dias

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